▷ SCIENCE PLAY ▷ SCIENCE PLAY

Brunno Falcão

3 min

11 de abr. de 2023

A descoberta da urolitina a (UA) tem pelo menos 40 anos, entretanto passou a ser mais estudada recentemente. Por isso, de certa forma, é considerada como um “novo suplemento”, com potencial de grande relevância. Sendo assim, a urolitina A (UA) é um composto natural produzido por bactérias intestinais a partir da ingestão de elagitaninos (ETs), ácido elágico (AE) e complexos polifenóis abundantes em alimentos como romã, frutas vermelhas e nozes. Table of Contents Toggle O que você precisa saber sobre a Urollitina?  Urolitina na Literatura Prática Clínica  Referências Bibliográficas O que você precisa saber sobre a Urollitina? Aparentemente a UA melhora a saúde celular aumentando a mitofagia e a função mitocondrial e reduzindo a inflamação prejudicial. Vários estudos pré-clínicos mostram como a UA protege contra o envelhecimento e condições relacionadas à idade que afetam músculos, cérebro, articulações e outros órgãos. Contudo, vale ressaltar que a maioria dos estudos até o presente momento não foram feitos com humanos. Em humanos, os benefícios da suplementação de UA no músculo são apoiados por recentes ensaios clínicos em pessoas idosas.  Curiosamente, a conversão de precursores dietéticos à UA não ocorre em todos os indivíduos. O processo é variável e ocorre em apenas aproximadamente 40% da população humana idosa (CORTÉS-MARTÍN et al, 2018). Ser um “produtor de UA” requer um microbioma intestinal adequado e varia com a idade, estado de saúde e ingestão alimentar. Urolitina na Literatura A AU tem sido investigada em dois tipos de estudos clínicos: (i) estudos de associação, onde os sujeitos receberam uma fonte alimentar de ETs e foram posteriormente avaliados quanto ao perfil de produção de urolitinas e (ii) ensaios clínicos de intervenção, onde os indivíduos receberam UA diretamente por via oral de administração. Os ensaios clínicos foram realizados com indivíduos homens e mulheres idosos saudáveis, as idades variaram de 61 a 85 anos. A UA mostrou um perfil de segurança favorável, sem efeitos colaterais observados após a administração oral única de até 2000 mg ou dose oral múltipla (28 dias) de UA até 1000 mg por dia. Além disso, indivíduos suplementados com UA mostraram marcadores aumentados de saúde mitocondrial , visto que a expressão de conjuntos de genes mitocondriais foi aumentada em biópsias de tecido muscular esquelético (ANDREUX et al, 2019). Melhor eficácia mitocondrial sistêmica foi indicada pela diminuição nos níveis plasmáticos de várias acilcarnitinas (ANDREUX et al, 2019). Resumindo o achado por Andreux et al (2019), a suplementação de UA é segura, biodisponível e impacta positivamente as mitocôndrias, reproduzindo os achados observados nos modelos pré-clínicos citados anteriormente. Prática Clínica O interesse em usar a suplementação de urolitina para promover o envelhecimento saudável é suportada por dois fatores principais. Primeiro, a idade pode reduzir a capacidade natural de produzir UA a partir de seus precursores (CORTÉS-MARTÍN et al, 2018). Segundo, as pessoas precisam de uma composição específica de microbioma intestinal para realizar a conversão, um processo que é variável e ocorre em apenas cerca de 40% da população idosa humana (CORTÉS-MARTÍN et al, 2018). Não obstante, os estudos em humanos estão em fases iniciais. Dependem de mais evidências científicas, sobretudo sobre posologia e as várias possíveis vias metabólicas de ação da UA. Apesar do grande potencial de se tornar um “novo suplemento” de ampla divulgação. Referências Bibliográficas D’AMICO, Davide; ANDREUX, Pénélope A.; VALDÉS, Pamela; SINGH, Anurag; RINSCH, Chris; AUWERX, Johan. Impact of the Natural Compound Urolithin A on Health, Disease, and Aging. Trends In Molecular Medicine, [S.L.], v. 27, n. 7, p. 687-699, jul. 2021. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.molmed.2021.04.009 . CORTÉS-MARTÍN, A.; GARCÍA-VILLALBA, R.; GONZÁLEZ-SARRÍAS, A.; ROMO-VAQUERO, M.; LORIA-KOHEN, V.; RAMÍREZ-DE-MOLINA, A.; TOMÁS-BARBERÁN, F. A.; SELMA, M. V.; ESPÍN, J. C.. The gut microbiota urolithin metabotypes revisited: the human metabolism of ellagic acid is mainly determined by aging. Food & Function, [S.L.], v. 9, n. 8, p. 4100-4106, 2018. Royal Society of Chemistry (RSC). http://dx.doi.org/10.1039/c8fo00956b . ANDREUX, Pénélope A.; BLANCO-BOSE, William; RYU, Dongryeol; BURDET, Frédéric; IBBERSON, Mark; AEBISCHER, Patrick; AUWERX, Johan; SINGH, Anurag; RINSCH, Chris. The mitophagy activator urolithin A is safe and induces a molecular signature of improved mitochondrial and cellular health in humans. Nature Metabolism, [S.L.], v. 1, n. 6, p. 595-603, 14 jun. 2019. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1038/s42255-019-0073-4 . Sugestão de Leitura: Sarcopenia Sugestão de Leitura: Creatina em idosos, há benefício ? Sugestão de Leitura: Whey protein para idosos ? Classifique esse post #urolitina