Fome Emocional e Primeira Infância: Existe relação?
Brunno Falcão
2 min
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15 de jul. de 2023
A fome emocional pode ser entendida como a tendência de comer demais em resposta ao estresse e emoções, sejam elas negativas ou positivas, majoritariamente negativas. Sendo assim, o entendimento de sua etiologia é importante, pois está associado com peso excessivo e ganho de peso na infância, além de problemas de saúde na idade adulta caso o comportamento se estenda ao longo da vida. Table of Contents Toggle O que acontece durante a primeira infância? Quais as consequências do comer emocional? Prática Clínica Referência Bibliográfica O que acontece durante a primeira infância? A primeira infância é definida dos 0 aos 6 anos de idade, nesta fase ocorre a formação dos circuitos cerebrais para cada comportamento além do aprimoramento das funções cerebrais que irão permitir a realização de atividades futuras mais complexas. Nela os pais são os maiores exemplos e influência para seus filhos, além de serem entendidos como os maiores guardiões da comida, o que significa que os comportamentos expressados e exigidos por eles serão seguidos pelas crianças, elas os têm como a verdade absoluta, são fiéis a sua influência. Os fatores ambientais e emocionais se mostraram resultados mais expressivos no aumento do comer emocional em idades mais avançadas, no entanto é na primeira infância que se estabelece a associação entre comida e emoções negativas/ estresse. Em muitas situações é comum se deparar com pais que utilizam a comida como recompensa por um bom comportamento, para acalmar em momentos de agitação ou agonia, bem como dão o exemplo em seus próprios comportamentos, buscando mais por alimentos em momentos de estresse. Isso leva a criança a reforçar a associação entre comida e fuga ou anestesia de emoções. Dessa forma, os estudos demonstram que oferecer comida como recompensa aos 6 anos mostrou refletir um comer emocional aos 8 anos, que pode ou não se estender para maiores idades. Quais as consequências do comer emocional? O aumento dos índices de obesidade infantil, ganho de peso excessivo na primeira infância, dificuldades com a manutenção de um peso saudável e adequado em idades mais avançadas, bem como a possibilidade de desenvolver obesidade em idade adulta, são consequências diretas da criação de um comer emocional na primeira infância. Prática Clínica É importante que o nutricionista responsável por um caso que envolve o tratamento de um comer emocional em uma criança se volte para a família e a inclua nas consultas salientando como,em prática, é possível criar um ambiente que proponha uma relação saudável com a comida. Um ambiente que propõe uma relação com a comida baseada em um equilíbrio entre celebração/ apreciação do alimento e saciedade da fome, está relacionado a criação de um comportamento alimentar saudável, nesse sentido deve haver uma orientação e acompanhamento do comportamento desta família nos pequenos detalhes do dia a dia, para que nelas a comida não esteja sendo usada como recompensa ou anestésico de alguma emoção, mas sim como uma necessidade fundamental que deve ser apreciada e compartilhada de forma alegre Referência Bibliográfica Sugestão de leitura: Fome emocional: Qual o papel do nutricionista? HERLE, Moritz; FILDES, Alison; RIJSDIJK, Frühling; STEINSBEKK, Silje; LLEWELLYN, Clare. The Home Environment Shapes Emotional Eating. Child Development, [S.L.], v. 89, n. 4, p. 1423-1434, 25 abr. 2017. Classifique esse post #fomeemocional #primeirainfância