Óxido nítrico: Como os fitoquímicos podem influenciar?

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O óxido nítrico desempenha funções importantes em diversos órgãos e tecidos do corpo humano, principalmente na melhora da vasodilatação. Uma alimentação rica em  nitrato e arginina, pode melhorar os níveis de óxido nítrico no corpo e consequentemente melhorar a performance de atletas. E para isso, existem três principais enzimas que produzem óxido nítrico a partir do metabolismo da arginina, são elas: óxido nítrico sintase endotelial (eNOS), óxido nítrico sintase induzível (iNOS), e óxido nítrico sintase neuronal (nNOS). Ademais, estudos mostraram que uma dieta rica em polifenóis, como a do mediterrâneo, possui capacidade de induzir ou inibir a atividade destas enzimas. Como os fitoquímicos podem influenciar o óxido nítrico?

Ação dos polifenóis na enzima iNOS

Uma forma de explicar isso é através do funcionamento da enzima iNOS que converte óxido nítrico em um radical livre poderoso (peroxinitrito). Essa enzima é induzida por fatores extracelulares, como LPS, IL-1β, TNF-α e o estresse oxidativo, capazes de aumentar a inflamação devido a ativação do NF-κB. Por isso, estudos comprovam que uma das formas de inibir a sua expressão é por meio de antioxidantes presentes nos alimentos. A regulação da atividade do iNOS por polifenóis alimentares tem sido estudada principalmente a nível intestinal, na osteoartrite e nas doenças neurodegenerativas, pois essa enzima desempenha um papel relevante nas doenças inflamatórias agudas e crônicas.

Ação dos polifenóis na enzima eNOS

A enzima eNOS age principalmente em células endoteliais e no tecido cardiovascular. Sua ativação promove a liberação de doses ideais de óxido nítrico para a manutenção do tônus muscular e para suas propriedades antiplaquetárias. O uso de polifenóis está associado com o aumento da cascata de ativação da enzima. É importante ressaltar que o próprio eNOS pode desacoplar do seu cofator (tetrahidrobiopterina – BH4) e gerar mais espécies reativas de oxigênio, entretanto o uso de resveratrol, um poderoso antioxidante, mostrou ser capaz de impedir esse desacoplamento

Ação dos polifenóis na enzima nNOS

Por fim, a enzima nNOS está relacionada a muitos processos neurais, como a memória, aprendizagem e doenças neurológicas. Um exemplo é o Parkinson. Pessoas acometidas com essa doença apresentaram níveis altos de nNOS e iNOS nos seus cérebros pós-morte. Nesse caso, também reage com um superóxido, gerando um radical livre potente, que é considerado uma das principais substâncias nocivas para as células neurais. Assim, estudos mostraram que polióis extraídos dos alimentos também foram capazes de limitar a expressão dessa enzima.

Prática clínica

O óxido nítrico formado a partir da L-arginina é dependente da ação de três enzimas (iNOS, eNOS e nNOS) que desempenham funções específicas no organismo. A iNOS e nNOS são potentes formadoras de radicais livres, ao contrário da eNOS que em condições ideais promove os efeitos benéficos do óxido nítrico. Dessa forma, estudos in vitro mostraram que polifenóis, como os encontrados na uva integral, frutas vermelhas, chá verde, chocolate 70% e a própria cúrcuma são capazes de modular a ativação/inativação dessas enzimas, prevenindo o aumento de doenças inflamatórias. 

Referências bibliográficas 

Sugestão de estudo: Fitoquímicos no Exercício Físico – Science Play

Assista o vídeo na Science Play com Andreia Naves: Polifenóis e Recuperação Muscular

Artigo: Serreli G, Deiana M. Role of Dietary Polyphenols in the Activity and Expression of Nitric Oxide Synthases: A Review. Antioxidants. 2023; 12(1):147. https://doi.org/10.3390/antiox12010147

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