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Suplementação de Zinco: Como guiar o manejo?

Brunno Falcão

3 min

4 de mai. de 2023

Dentro do grupo dos micronutrientes, o zinco é um dos oligoelementos indispensáveis à saúde, visto que esse nutriente participa ativamente em mais de 300 reações fisiológicas e bioquímicas do corpo. Nesse contexto, pode-se destacar sua atuação no processo de cicatrização de feridas, síntese do DNA e também sua presença na estrutura de células imunes . No entanto, apesar das suas importantes ações e da vasta presença em alimentos como ostras, carnes vermelhas, feijão e em nozes , sua deficiência não é incomum entre a população. Nesse sentido, dominar técnicas de suplementação é primordial na prática clínica do nutricionista. Table of Contents Formas de Suplementar o Zinco Existe um Melhor “Tipo” de Zinco? Associação de Zinco e Aminoácidos  Prática Clínica Referências Bibliográficas Formas de Suplementar o Zinco Para o manejo assertivo do paciente com deficiência deste mineral, vários tipos de suplementos estão disponíveis, com diferente biodisponibilidade. A exemplo disso, o sulfato de zinco , é uma das formas mais comuns de suplementação por sua boa biodisponibilidade e também por se mostrar acessível quando no organismo humano. Além disso, as formas de sais como o gluconato, acetato e o sulfato de zinco são amplamente utilizadas em formato de xarope ou também em comprimidos. Este tipo de oferta é importante no tratamento de diarréia na população pediátrica e também por  garantir a prevenção da desidratação na população infantil .   Existe um Melhor “Tipo” de Zinco? No que se trata do sulfato de zinco, os benefícios potenciais recaem também sobre os pacientes diabéticos , no qual dados apontam que os níveis de colesterol, pressão arterial e também dos triglicerídeos foram reduzidos a partir do uso desse modelo de suplementação. Além disso, no contexto da administração conjunta deste mineral com alimentos lácteos, sua biodisponibilidade e absorção mostra-se reduzida, tendo em vista a presença do cálcio nesses alimentos. No entanto, na forma de zinco aspartato, a combinação com alimentos lácteos, pode potencializar tal absorção. Sendo assim, identificar a deficiência, bem como sua causa, auxilia na escolha de qual forma será ofertada ao paciente.  Associação de Zinco e Aminoácidos  Além disso, cada forma de suplementação tem ação diferente e se enquadra da melhor maneira a depender das necessidades individuais. Para os pacientes com problemas gastrointestinais, a oferta do complexo de zinco com algum aminoácido como o Zn-gluconato (Zn-Glu) e Zn-aspartato (Zn-Asp) , pode apresentar resultados superiores quando comparados ao sulfato de zinco. Dessa forma, a dose de 10 mg de zinco aspartato por 48 dias é uma possibilidade de uso na clínica. Ademais, é preciso atentar-se pois certos grupos se mostram mais suscetíveis ao desenvolvimento da deficiência como vegetarianos, veganos, crianças, idosos, gestantes e pacientes com o sistema gastrointestinal comprometido como, por exemplo, portadores de doença celíaca, doença de crohn ou a colite ulcerativa .  Prática Clínica Então, para uma suplementação assertiva, diversas variáveis individuais devem ser levadas em consideração. Desse modo, de maneira prática, a dose de 2 mg de zinco aspartato parece ser uma dose segura de administração contínua .

Além disso, doses maiores como 10mg podem ser utilizadas em populações específicas como os idosos quando o status de deficiência for mais grave, por um período médio de 30 dias. Sendo que, quando utilizado essa forma de suplementação, não é indicado ultrapassar o período de 6 meses, em razão dos possíveis efeitos deletérios do seu excesso para saúde.  Continue Estudando... Sugestão de Estudo:   Selênio e zinco: a dupla de ferro da imunidade Sugestão de Estudo:   Qual papel do zinco nas doenças gastrointestinais? Sugestão de Estudo:   Zinco Referências Bibliográficas Piacenza F, Giacconi R, Costarelli L, Malavolta M. Comparação Preliminar da Absorção Fracionada de Sulfato de Zinco, Gluconato de Zinco e Aspartato de Zinco após Suplementação Oral em Voluntários Humanos Saudáveis. Nutrientes . 2023; 15(8):1885. https://doi.org/10.3390/nu15081885