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Diabetes Mellitus e suas complicações

Brunno Falcão

3 min

7 de jun. de 2024

O Diabetes Mellitus (DM) é uma condição metabólica complexa caracterizada pela elevação dos níveis de glicose no sangue , conhecida como hiperglicemia, que está intimamente ligada a danos e disfunções em diversos órgãos do corpo, bem como a complicações potencialmente fatais, incluindo doenças microvasculares e macrovasculares. O aumento da longevidade da população, aliado a padrões alimentares desfavoráveis, falta de atividade física, sedentarismo e a epidemia global de obesidade, desempenham papéis significativos no crescimento da incidência e prevalência do DM. Esta interseção entre fatores comportamentais e demográficos apresenta um desafio substancial para os sistemas de saúde em todo o mundo, à medida que enfrentam o manejo eficaz do Diabetes Mellitus e suas complicações associadas. A compreensão abrangente desses fatores é fundamental para o desenvolvimento de estratégias preventivas e terapêuticas eficazes, visando mitigar o impacto crescente dessa doença na saúde pública global. Classificações Diabetes Mellitus é amplamente classificado em diversos tipos com suas respectivas etiologias. Os tipos mais frequentes são diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e diabetes mellitus gestacional (DMG). DM1 O DM1 também conhecido como diabetes juvenil, autoimune ou insulinodependente, é uma síndrome determinada pela falha das células β pancreáticas em produzir e secretar insulina. Pode ocorrer de forma rápida e progressiva, principalmente ,em crianças e adolescentes, com menor incidência e de forma lenta e progressiva em adultos e idosos. Esta forma de diabetes, que representa apenas 5 a 10% das pessoas com a doença, é caracterizada por processos de produção de mediadores autoimunes contra as células β pancreáticas , resultando em morte das células do pâncreas e consequente deficiência gradual ou total de insulina, tornando-se assim necessária a reposição com insulina exógena. DM2 O DM2 é uma síndrome caracterizada por resistência à insulina e uma relativa deficiência de secreção de insulina, que geralmente só é descoberto após anos, quando surgem problemas mais graves, especialmente nos olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Embora as etiologias específicas não sejam conhecidas na DM2, a destruição autoimune de células β pancreáticas não ocorre. Essa patologia é mais frequente em adultos e idosos, sendo responsável por cerca de 90% de todos os casos de diabetes , mas crianças também podem apresentar a doença. DMG O DMG também conhecido como hiperglicemia na gravidez, é considerado uma das patologias mais comuns na gestação, e que a longo prazo pode trazer diversas complicações à saúde da mulher e do bebê. Embora possa ocorrer a qualquer momento durante a gravidez, a DMG geralmente afeta gestantes durante o segundo e terceiro trimestres. Essa patologia é caracterizada pela elevação dos níveis glicêmicos na corrente sanguínea. Dentre as causas para esse fenômeno é imprescindível destacar a elevada concentração de hormônios placentários anti-insulínicos, com o intuito de disponibilizar mais glicose para o feto, colocando em risco a saúde do mesmo, que passa a receber muita glicose por meio da placenta. Complicações Diversos estudos identificaram associações entre descompensação do DM ao nível de complicações da doença, ou seja, quanto menos eficiente o automonitoramento do controle glicêmico e formas inadequadas de tratamentos, assim como, a não procura e indisponibilidade de um serviço multiprofissional, são fundamentais para que pequenos desvios evoluem para complicações mais graves. Dentre as principais complicações destaca-se cetoacidose diabética , mais comum no DM1, caracterizado como um estado metabólico agudo e ocorre quando as concentrações de insulina são insuficientes para suprir as necessidades metabólicas básicas do organismo. Esse quadro pode se agravar, levando a insuficiência renal, pneumonia de aspiração, síndrome de angústia respiratória do adulto e edema cerebral em crianças. Doenças cardiovasculares  fazem parte do grupo de complicações de maiores morbimortalidades. Nesse sentido, pacientes com DM2 possuem uma prevalência aumentada de hipertensão arterial sistêmica e anormalidades lipídicas, resultando em doença arterial coronariana, aterosclerose, incluindo as doenças microvasculares como a retinopatia e a nefropatia. Além disso, é importante destacar o “ Pé Diabético”, uma complicação do DM que ocorre quando uma área nos pés desenvolve uma úlcera , caracterizado pela má circulação sanguínea e níveis glicêmicos descompensados, resultando em possíveis amputações de extremidades, sendo essas, as complicações mais graves. Prática Clínica É de extrema importância realçar a essencialidade do automonitoramento do controle glicêmico, formas de tratamento adequados, sendo por insulinoterapia, farmacológicos e não farmacológicos, assim como, acompanhamento e procura de uma equipe multidisciplinar. Além disso modos de prevenção da doença devem ser destacados como a prática de atividade física, adoção de hábitos saudáveis, controle da pressão arterial e dietas equilibradas e balanceadas.  Estudos apontam que essas adequações, são capazes de evitar quadros pré-diabéticos, prevenindo assim a incidência de DM e, por consequência, menos casos de complicações e até mesmo a morte. Continue estudando.. Sugestão de leitura: Você sabe qual a melhor dieta para diabetes? Sugestão de leitura: Modulação Intestinal no Diabetes Mellitus Referência Lotfy , Mohamed,Adeghate , Jennifer,Kalasz , Huba,Singh , Jaipaul,Adeghate , Ernest,Chronic Complications of Diabetes Mellitus: A Mini Review,Current Diabetes Reviews, volume 13, issue 1, pages 3-10, year 2017, issn 1573-3998/1875-6417, doi 10.2174/1573399812666151016101622, ( http://www.eurekaselect.com/article/71119 ,