Avanços na Modulação Nutricional: Inflamação, Resistência à Insulina e Novas Perspectivas
Brunno Falcão
2 min
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1 de fev. de 2024
Em 26 de junho, celebramos o Dia Nacional do Diabetes. Por isso, é crucial ampliar nossa compreensão da situação clínica do país em relação ao crescente número de pacientes com diabetes ou resistência à insulina, incluindo síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer. Diversos estudos já evidenciaram o papel crucial de diversos compostos bioativos na modulação da inflamação e sensibilidade à insulina. Além disso, um recente editorial destacou os avanços científicos na área da nutrição integrativa e sua relação com a resistência à insulina. Importância dos Compostos Nutricionais na Modulação da Resistência à Insulina e Inflamação Diversos estudos têm destacado a influência significativa dos compostos nutricionais na regulação da resistência à insulina e da inflamação. Um exemplo está no estudo que investigou os efeitos da proteína de soro de leite degalactosilada em comparação com a proteína de soro de leite intacta nas respostas inflamatórias induzidas por lipopolissacarídeos (LPS). Os resultados revelaram que a administração de proteína de soro de leite fracionada em peptídeos bioativos suprimiu significativamente os níveis plasmáticos de fator de necrose tumoral-a (TNF-a) e interleucina-1b (IL-1b), ao contrário da proteína de soro de leite intacta. Isso sugere um efeito anti-inflamatório importante dos componentes fracionados da proteína de soro de leite, destacando seu potencial na melhoria da sensibilidade à insulina. Além disso, estudos apontam relação entre o comprometimento do metabolismo proteico durante a gestação e lactação e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças relacionadas, incluindo o diabetes tipo 2 na idade adulta. Esses achados ressaltam a importância da epigenética na promoção da saúde e no desenvolvimento de doenças. Diferenças nos Hábitos Alimentares e Estilo de Vida entre Pacientes com Baixo Peso e Obesos com Resistência à Insulina Um estudo recente realizado por Salihefendic (2023) investigou as características dos hábitos alimentares em pacientes com baixo peso e obesos diagnosticados com resistência à insulina. Os resultados revelaram diferenças significativas nos hábitos alimentares e estilo de vida entre os dois grupos. Indivíduos com baixo peso mostraram tendência para consumir leite e derivados, carne magra e álcool, enquanto os obesos eram menos ativos fisicamente, tinham maior propensão à insônia, consumiam menos frutas e vegetais e mais carboidratos. Essas descobertas destacam a importância de conscientizar os profissionais de saúde e a população em geral sobre a relevância da nutrição na prevenção e manejo da resistência à insulina, mesmo considerando as diferenças na composição corporal dos pacientes. Prática Clínica Na prática clínica nutricional, é essencial considerar estratégias para modular a resistência à insulina e a inflamação, importantes em condições como diabetes e doenças cardiovasculares. Isso inclui o uso de compostos bioativos, a atenção ao metabolismo proteico durante a gestação e lactação, a individualização das intervenções de acordo com os hábitos alimentares dos pacientes, a educação sobre escolhas alimentares saudáveis e o acompanhamento regular para monitorar o progresso. Ao integrar essas abordagens, os nutricionistas podem desempenhar um papel crucial na promoção da saúde e no manejo dessas condições. Continue estudando... Sugestão de Estudo: Resistência à Insulina: O Enigma Metabólico que Desafia Médicos na Jornada da Perda de Peso Sugestão de Estudo: Qual a relação entre o consumo de laticínios e a inflamação? Referências Bibliográficas Salihefendic D. Eating and Lifestyle Habits in Underweight Patients with Insulin Resistance . Mater Sociomed. 2023 Mar;35(1):18-22. doi: 10.5455/msm.2023.35.18-22. PMID: 37095873; PMCID: PMC10122527.