▷ SCIENCE PLAY ▷ SCIENCE PLAY

Tratamento de Hipogonadismo

Brunno Falcão

3 min

7 de jun. de 2024

O hipogonadismo é uma condição muito comum com particularidades que demandam atenção especializada. A  reposição de testosterona desempenha um papel crucial na preservação da densidade óssea, estimulação da libido e regulação dos níveis de colesterol, entre outros benefícios . No entanto, ao longo do tempo, os homens possuem uma diminuição na sua virilidade, muitas vezes associada à deficiência de testosterona. A Importância da Reposição de Testosterona Os benefícios metabólicos da testosterona são significativos em níveis hormonais mais elevados, geralmente situados no último quartil de referência, aproximadamente 1000 ng/dL, enquanto um  nível adequado  é considerado em torno de 350 ng/dL . Contudo, a interpretação dos valores de referência deve considerar o RCV  (Reference Change Value), que representa a diferença crítica. Embora as diretrizes sirvam como orientação, a abordagem terapêutica deve ser adaptada a cada paciente, visando aliviar os sintomas da deficiência de testosterona, uma vez que estes podem variar individualmente. Definindo Níveis Adequados de Testosterona Para objetivar queixas subjetivas , podemos recorrer ao questionário ADAM , onde as respostas afirmativas às questões 1 e 7, ou a presença de três ou mais sintomas adicionais da lista, indicam um resultado positivo. Abordagem do Hipogonadismo Relacionado à Obesidade (MOSH) No caso do  hipogonadismo relacionado à obesidade (MOSH) com sintomas ou alterações metabólicas , o tratamento pode ser iniciado, seguido pela abordagem do excesso de peso. Se não houver sintomas ou alterações metabólicas, a prioridade pode ser a redução de peso, monitorando-se a resposta da testosterona. O aumento dos níveis indicaria que a obesidade contribuiu para o hipogonadismo, enquanto a diminuição sugeriria o oposto. Modalidades Terapêuticas Personalizadas A escolha da modalidade terapêutica deve ser individualizada, podendo incluir administração transdérmica, injetável (muscular ou subcutânea) devido à sua natureza bioidêntica. Vale ressaltar que a testosterona atua como contraceptivo e, portanto, não é recomendada para homens que desejam preservar a fertilidade . É crucial compreender que o tratamento visando a melhora da fertilidade requer abordagens específicas, como o aumento dos níveis intratesticulares de testosterona, mensurados pelos valores de referência de 17-0H-P. Contrapontos e Contraindicações É importante destacar que o uso de 01 ou 02 Durateston por semana não constitui Terapia de Reposição de Testosterona (TRT), sendo considerado suprafisiológico. No  diagnóstico de suspeita de hipogonadismo , são avaliados parâmetros como hemograma, testosterona total, LH, FSH, estradiol, SHBG, prolactina, TSH e T4L.  Se os níveis de testosterona estiverem abaixo de 350 ng/dL, acompanhados de sintomas ou alterações metabólicas, o plano terapêutico é adaptado conforme o perfil hormonal. Em casos de testosterona baixa sem sintomas ou alterações metabólicas, a investigação da causa subjacente é prioritária, podendo ser seguida pela TRT, se necessário. Prática Clínica É fundamental considerar as contraindicações, como câncer de próstata metastático ou câncer de mama ativo , embora seja importante ressaltar que a testosterona não é a causa dessas condições. Espera-se que o tratamento proporcione melhorias na função erétil, força muscular, controle glicêmico, virilidade e diversos aspectos da qualidade de vida. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Além da Vitalidade: Testosterona pode melhorar anemia em homens mais velhos? Sugestão de estudo: Testosterona na Ponta dos Dedos: A autonomia do paciente na aplicação Sugestão de estudo: Terapia de Reposição Hormonal com Testosterona: Risco Cardiovascular em Homens Referências Bibliográficas LIMA, Thiago Fernandes Negris; RAKITINA, Evgeniya; BLACHMAN-BRAUN, Ruben; RAMASAMY, Ranjith. Evaluation of a serum 17-hydroxyprogesterone as predictor of semen parameter(s) improvement in men undergoing medical treatment for infertility. Canadian Urological Association Journal , [S.L.], v. 15, n. 7, p. 1, 15 dez. 2020. Canadian Urological Association Journal.