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Os 2 melhores padrões alimentares para a microbiota intestinal

Brunno Falcão

2 min

14 de ago. de 2022

Antes de revelarmos para você quais os dois melhores padrões alimentares para a microbiota intestinal, vamos entender que padrão alimentar é um conjunto de hábitos alimentares, ou seja, o conjunto de alimentos consumidos por uma população específica. Sobre o tema, sabemos que os padrões alimentares mais benéficos a microbiota intestinal são uma dieta saudável e diversa, como é o caso da dieta do mediterrâneo e da dieta plant-based. Em comum, ambos padrões alimentares possuem o predomínio de alimentos naturais e de origem vegetal, além de que são dietas bem diversas e abundantes. Isso é importante porque sabe-se que uma dieta diversa colabora para a diversidade microbiana, por meio da oferta de substrato para a microbiota e esse processo é destacado quando há maior inclusão de alimentos vegetais. Em dietas ricas em fibras, como é o caso destes padrões alimentares, há estímulo da produção de AGCC, o qual cria um ambiente protetor para fortalecer a barreira intestinal. Outro mecanismo é através do aumento da população da Akkermansia muciniphila, que apesar de gram-negativa, é considerada benéfica por aumentar a produção de mucina, envolvida na produção de muco e diminuição da permeabilidade. Outro ponto interessante destes dois padrões alimentares, é que de modo geral, indivíduos vegetarianos e veganos demonstram picos mais baixos de TMAO, por possuírem menores níveis de bactérias proteolíticas que produzem TMAO, o que é positivo para a diminuição dos riscos cardiovasculares. Já em dietas ricas em gordura saturada, como com alto consumo de óleos, carne vermelha, frituras, entre outros, há aumento do perfil pró-inflamatório, enquanto dietas ricas em gorduras insaturadas, como o azeite, estão mais relacionadas à diminuição da inflamação. Outra característica em comum destes padrões alimentares, é o aumento da produção dos AGCC, que são associados a produção de leptina, vinculada com a saciedade, além do butirato ser uma substância de papel trófico no epitélio intestinal e na liberação de GLP-2. Em relação aos fitoquímicos, há a modulação da microbiota por alimentos de origem vegetal, por exemplo, pelas propriedades anti-inflamatórias. Ademais, estes padrões alimentares quando devidamente prescritos, contribuem para um estado anti-inflamatório do paciente, como através do aumento da secreção de citocinas anti-inflamatórias, como IL-10 e IL-22, concomitante à diminuição de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6, e TNF. Isso se dá pois esses padrões apresentam alto consumo de fibras, compostos fenólicos, proteína de origem vegetal e gorduras insaturadas, como os ácidos-graxos ômega-3, que são frequentemente presentes principalmente na dieta do mediterrâneo. Por fim, saiba que este conjunto de fatores presentes em tais padrões alimentares, pode melhorar não só a composição da microbiota, mas a metabolômica e as vias metabólicas a essa relacionadas. Referências bibliográficas: Rinninella E, Cintoni M, Raoul P, Lopetuso LR, Scaldaferri F, Pulcini G, Miggiano GAD, Gasbarrini A, Mele MC. Food Components and Dietary Habits: Keys for a Healthy Gut Microbiota Composition. Nutrients. 2019 Oct 7;11(10):2393. doi: 10.3390/nu11102393.