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Brunno Falcão

3 min

14 de mai. de 2024

A teoria do desenvolvimento físico unificada ressalta a importância da progressão do exercício para a hipertrofia, considerando variações de movimento, volume, carga e execução.  Para garantir o crescimento muscular, é essencial assegurar estresse metabólico, dano muscular e tensão mecânica, com o acompanhamento de um profissional de Educação Física. A execução correta do movimento é fundamental para ativar os músculos de forma adequada, enquanto a carga prescrita e o volume desempenham papéis essenciais na hipertrofia. As variações de exercícios são vistas como complementares para atingir diferentes grupos musculares. Nesse contexto,  a tensão mecânica é a base da Pirâmide Schoenfeld  e é destacada como a base para o crescimento muscular , enquanto o estresse metabólico e o dano muscular são considerados elementos cruciais. É importante ressaltar que o dano muscular não é gerado apenas pela falha, mas por diversas técnicas que levam à fadiga, como o drop-set . Dessa forma, a nutrição desempenha um papel vital na otimização desses fatores. Estratégias As estratégias nutricionais têm como objetivo criar um ambiente anabólico para promover a progressão física , levando em consideração a relação entre estímulo e ambiente. O nutricionista deve avaliar as respostas hormonais ao estresse, como a queda brusca na ingestão calórica e a recuperação hormonal. Além disso, análises sobre desenvolvimento de força, resistência e hipertrofia são essenciais, embora devam ser realizadas em um estágio posterior. O estado nutricional e físico do indivíduo influencia vários aspectos, incluindo função adrenal, função neurológica, recuperação muscular, controle da pressão arterial, secreção de hormônios sexuais, função do eixo somatotrófico, metabolismo tireoidiano e resistência à fadiga. Dieta A restrição calórica exerce um impacto negativo em diversos aspectos fisiológicos, incluindo a função tireoidiana, produção hormonal e resposta ao estresse.  Isso resulta em um aumento do cortisol, alterações no humor, piora na resistência à fadiga, recuperação muscular comprometida e controle pressórico prejudicado, contribuindo para o desenvolvimento de resistência à insulina. Por outro lado, em dietas hipercalóricas, observa-se uma mudança positiva em vários aspectos fisiológicos , com exceção do nível de cortisol, que se mantém controlado devido à ingestão direta de carboidratos. Essa condição resulta em benefícios como controle da libido, manutenção da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue, recuperação muscular adequada conforme as demandas do corpo, melhoria da agilidade cognitiva e aumento da disposição. Adicionalmente, o aumento na demanda energética também pode ser uma estratégia nutricional eficaz, pois melhora a capacidade metabólica. Foi demonstrado que o exercício aeróbio não prejudica o ganho muscular; pelo contrário, pode até mesmo promovê-lo. Proteínas x Hipertrofia Além disso, é importante considerar que o consumo de proteínas pode ter uma relação dose-resposta, promovendo uma melhora na síntese proteica muscular.  Contudo, é crucial analisar o balanço proteico corporal total, não apenas o muscular, pois isso influencia diretamente na estética, regulando a síntese proteica em todos os tecidos do corpo. Anteriormente, acreditava-se que o excesso de proteínas ingeridas era eliminado através da oxidação proteica. No entanto, estudos demonstraram que enquanto uma dose de 25g de Whey Protein estava quase totalmente absorvida após 6 horas, uma dose de 100g ainda estava sendo digerida após 12 horas. Isso resultou em uma taxa de síntese de proteína muscular 19% maior nas primeiras 4 horas em comparação com a dose menor de 25g. Portanto, além de a proteína ter uma resposta à dose, períodos de superávit proteico são utilizados na síntese proteica, não sendo descartados pela oxidação. Marcadores Para avaliar esses aspectos no consultório, é importante analisar os marcadores de sobrecarga. Para lesões teciduais, os marcadores incluem Creatinoquinase (CK), Desidrogenase Láctica (DHL), Aminotransferases e Mioglobina . Para estresse metabólico, devem ser verificados Uréia, Creatinina, Ácido Úrico, ACTH e Cortisol.  Já para processos inflamatórios, são relevantes Proteína C-Reativa, Velocidade de Hemossedimentação, Ferritina e Fibrinogênio. Prática Clínica Manter a resistência à insulina sob controle requer a adoção da intermitência calórica, progredindo gradualmente com base na avaliação clínica e em exames. Além disso, é essencial incluir exercícios aeróbios. Aumentar as calorias totais ou não proteicas pode ser uma opção, mas é importante ter cautela ao aumentar as calorias provenientes exclusivamente de proteínas, pois isso pode resultar em falta de energia disponível para uma incorporação eficiente do superávit proteico. Continue Estudando... Sugestão de estudo: Planejamento Nutricional na Hipertrofia Sugestão de estudo: Hipertrofia Sugestão de estudo: Estratégias Nutricionais para Hipertrofia Referências Bibliográficas MACNAUGHTON, Lindsay S.; WARDLE, Sophie L.; WITARD, Oliver C.; MCGLORY, Chris; HAMILTON, D. Lee; JEROMSON, Stewart; LAWRENCE, Clare E.; WALLIS, Gareth A.; TIPTON, Kevin D.. The response of muscle protein synthesis following whole‐body resistance exercise is greater following 40 g than 20 g of ingested whey protein. Physiological Reports , [S.L.], v. 4, n. 15, p. 1, ago. 2016. Wiley.