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Endocrinologia Pediátrica: Cuidados Especiais na Infância

Brunno Falcão

4 min

22 de mar. de 2024

A endocrinologia pediátrica ajuda muito na saúde e no desenvolvimento das crianças, tratando problemas hormonais e metabólicos desde os primeiros anos. Este ramo da medicina trata de distúrbios endócrinos que afetam o crescimento, o desenvolvimento sexual, o metabolismo e outras funções vitais.  Para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável das crianças enquanto enfrentam os desafios únicos de seu crescimento e desenvolvimento, é fundamental entender os cuidados especiais necessários na infância. As crianças passam por várias transformações físicas e hormonais desde o nascimento até a adolescência, todas necessárias para seu desenvolvimento saudável. A endocrinologia pediátrica se torna um campo importante neste contexto, oferecendo serviços especializados para identificar e tratar uma variedade de distúrbios endócrinos que podem surgir durante esses estágios importantes da vida. Pediatria e Estresse Os efeitos do estresse durante a infância podem ter repercussões significativas no desenvolvimento e na saúde hormonal das crianças. Em fases precoces da vida, o estresse pode representar um fator de risco para o surgimento de diabetes. Estudos apontam que o estresse durante a infância pode desempenhar um papel relevante na predisposição ao diabetes, especialmente entre os mais jovens. Em meninas, o estresse pode desencadear uma série de mudanças hormonais que influenciam o ciclo menstrual.  Isso pode se manifestar como anovulação (falta de ovulação), amenorreia (ausência de menstruação) e outras irregularidades menstruais. Essas disfunções hormonais podem ser uma resposta do organismo ao estresse emocional ou psicológico. Por outro lado, nos meninos , o estresse também pode afetar o sistema reprodutivo. Isso pode resultar na redução do número de espermatozoides, diminuição da motilidade espermática  (capacidade de movimento dos espermatozoides) e alterações na morfologia dos espermatozoides . Essas mudanças podem impactar a fertilidade masculina e a saúde reprodutiva como um todo. Endocrinologia e Desenvolvimento O nanismo psicossocial representa uma condição extrema de comprometimento no crescimento que está intimamente ligada a anormalidades comportamentais significativas. Nesse contexto, o funcionamento defeituoso do hormônio do crescimento (GH) desempenha um papel crucial. O GH é vital para o crescimento e desenvolvimento apropriados das crianças, e qualquer disfunção em sua produção ou ação pode resultar em problemas de estatura. No caso do nanismo psicossocial, acredita-se que um ambiente hostil ou adverso no qual a criança está imersa possa desencadear uma resposta hormonal prejudicada, resultando em uma deficiência de GH. Essa deficiência hormonal pode contribuir para a interrupção do crescimento normal da criança. É interessante notar que, em certos casos, a reversão da insuficiência de GH associada ao nanismo psicossocial pode ocorrer relativamente rapidamente.  Pesquisas têm relatado que, após a remoção da criança de um ambiente hostil e sua exposição a um ambiente mais favorável e acolhedor, a secreção de GH pode ser restabelecida e o crescimento pode ser retomado. Em algumas situações, essa reversão da deficiência de GH e a recuperação do crescimento adequado podem ocorrer em um período de até três semanas. Endocrinologia Pediátrica e Obesidade A conexão entre o estresse mental e a obesidade é profundamente enraizada na ativação crônica dos sistemas neuroendócrinos, que desempenham um papel vital na regulação do peso corporal e do metabolismo . Quando uma pessoa enfrenta estresse prolongado, ocorrem mudanças hormonais que podem impactar o peso corporal de várias maneiras. Primeiramente, o estresse crônico tende a resultar na deposição de gordura central, especialmente ao redor da região abdominal, conhecida como gordura visceral. Essa gordura está associada a um maior risco de desenvolvimento de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares. Além disso, o estresse mental pode influenciar a produção e a ação de hormônios relacionados à regulação do apetite e do metabolismo. Por exemplo, a leptina, responsável por sinalizar a sensação de saciedade ao cérebro, pode ter seus níveis diminuídos durante períodos de estresse crônico , levando a uma menor sensação de saciedade e, consequentemente, a um aumento na ingestão de alimentos. O estresse também pode desencadear um aumento na produção de grelina, um hormônio que estimula o apetite.  Com níveis elevados de grelina, a pessoa pode sentir mais fome e ter uma tendência a consumir mais alimentos, especialmente aqueles ricos em gordura e açúcar. Prática Clínica Na prática clínica, um médico especializado em endocrinologia pediátrica desempenha um papel essencial no cuidado das crianças, diagnosticando e tratando uma ampla variedade de distúrbios hormonais e metabólicos desde os primeiros anos de vida. Ao realizar consultas regulares e exames físicos detalhados, o médico pode identificar precocemente problemas como crescimento inadequado, puberdade precoce ou tardia, distúrbios da tireoide e diabetes infantil.  Além disso, o médico endocrinologista pediátrico trabalha em estreita colaboração com outros profissionais de saúde, como pediatras, nutricionistas e psicólogos, para desenvolver planos de tratamento abrangentes e personalizados para cada criança, levando em consideração não apenas aspectos físicos, mas também emocionais e sociais. Ainda, é essencial que o médico endocrinologista pediátrico não apenas trate os sintomas, mas também busque entender as causas subjacentes dos distúrbios hormonais , oferecendo orientação e suporte tanto para a criança quanto para sua família. Isso pode incluir educação sobre hábitos de vida saudáveis, monitoramento do crescimento e desenvolvimento, ajustes na medicação quando necessário e acompanhamento regular para garantir uma resposta adequada ao tratamento. Referências Bibliográficas RANABIR, Salam; REETU, K. Stress and hormones.   Indian Journal Of Endocrinology And Metabolism , [S.L.], v. 15, n. 1, p. 18, 2011. Medknow.