No dia 7 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose, uma condição que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do revestimento uterino, afetando órgãos como o útero, ovários, trompas de falópio, parede abdominal e intestinos. Este artigo explora os sintomas, tratamentos disponíveis e a influência da nutrição na gestão da endometriose.
Sintomas da Endometriose
A endometriose pode causar uma série de sintomas desconfortáveis, incluindo:
- Dor pélvica intensa
- Dismenorreia (dor durante o ciclo menstrual)
- Dispareunia (dor durante o sexo)
- Complicações de concepção
- Fadiga
- Dor lombar
- Distensão abdominal
- Constipação e diarreia
Nutrição e Endometriose
A nutrição desempenha um papel importante na gestão da endometriose. Estudos sugerem que a dieta pode influenciar a progressão da doença. Por exemplo, a ingestão de certos tipos de gorduras pode afetar o quadro. Um estudo de 2010 descobriu que o ácido palmítico, encontrado em carne e laticínios, bem como gordura trans, estava associado a um maior risco de endometriose. Portanto, é aconselhável reduzir o consumo dessas gorduras.
Por outro lado, gorduras de origem animal, quando consumidas em excesso, também foram associadas a outras doenças ginecológicas, como câncer de ovário. Dessa forma, recomenda-se limitar a ingestão de carne vermelha não processada e processada.
Além disso, as gorduras ricas em ácidos graxos ômega-3, encontradas em peixes e algas marinhas, demonstraram eficazmente reduzir a probabilidade de desenvolver endometriose. Conforme evidenciado por um estudo com 70.709 mulheres na pré-menopausa, aquelas com maior consumo de ômega-3 eram significativamente menos propensas a serem diagnosticadas com a condição.
Modulação do Estrogênio
Os estrogênios desempenham um papel crucial na endometriose, uma vez que essa condição está diretamente relacionada às flutuações hormonais. Sendo assim, torna-se importante ressaltar que modificações na dieta podem ter um impacto considerável na atividade do estrogênio no organismo.
A estratégia de redução do consumo de gordura saturada e o aumento da ingestão de gorduras ômega-3 e fibras alimentares, por exemplo, tem sido associada a uma notável diminuição das concentrações de estrogênio circulante no corpo. Essas alterações na dieta podem, consequentemente, desempenhar um papel significativo no gerenciamento da endometriose, ajudando a controlar os sintomas e a progressão da doença.
Prática Clínica
- Reduzir o consumo de gorduras saturadas, como as encontradas em carne vermelha e laticínios.
- Aumentar a ingestão de gorduras ômega-3, presentes em peixes e algas marinhas.
- Priorizar alimentos de origem vegetal.
- Limitar o consumo de carne vermelha.
Lembre-se, é fundamental consultar um profissional de saúde, a fim de desenvolver uma estratégia nutricional adequada para a endometriose. O cuidado com a alimentação pode, portanto, ser um elemento crucial na gestão da doença e, consequentemente, no alívio dos sintomas.
Referências Bibliográficas
Sugestão de Leitura: Tratamento não hormonal para endometriose
Sugestão de Leitura: Endometriose e Saúde Mental: Há relação?
Barnard ND, Holtz DN, Schmidt N, Kolipaka S, Hata E, Sutton M, Znayenko-Miller T, Hazen ND, Cobb C, Kahleova H. Nutrition in the prevention and treatment of endometriosis: A review. Front Nutr. 2023 Feb 17;10:1089891. doi: 10.3389/fnut.2023.1089891. PMID: 36875844; PMCID: PMC9983692.