Em sua palestra do Congresso Nutrição Brasil, a médica Denise de Carvalho abordou o tema “Microbiota Intestinal e Longevidade”.
A nutrição desempenha um papel crucial na longevidade, afetando a saúde do corpo, cabelo, unhas e pele, pois depende de diversos nutrientes. Além de viver mais, a longevidade, também conhecida como Lifespan ou Healthspan, refere-se ao “tempo de vida saudável das pessoas”.
Microbiota Intestinal no Envelhecimento
Em relação ao processo de envelhecimento, a inflamação é mais proeminente no sistema digestivo. O desequilíbrio entre microrganismos comensais e invasores pode ocorrer com o envelhecimento, levando à produção de mediadores pró-inflamatórios e aumento da inflamação. O equilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas no microbioma intestinal é essencial para manter a saúde, a integridade do trato intestinal, melhorar a digestão e estimular a imunidade.
No entanto, à medida que envelhecemos, ocorrem mudanças na microbiota, resultando na perda de estabilidade do microbioma, com redução da diversidade e densidade de espécies saudáveis. A instabilidade da microbiota leva a um aumento na permeabilidade intestinal e redução na produção de mucina, uma proteína que compõe o muco.
Causas das Alterações na Microbiota Intestinal
Essas mudanças na microbiota podem estar relacionadas a várias causas, como alterações na produção de ácido gástrico, diminuição da motilidade digestiva, redução na tensão de oxigênio no trato digestivo, menor atividade pancreática, redução do espaço imunológico e uso excessivo de medicamentos.
Prática Clínica
Para promover a longevidade, é fundamental que o profissional de saúde foque na melhora da digestão, corrija problemas de mastigação, pratique o “mindful eating” , fracione a dieta e use enzimas digestivas conforme necessário. Além disso, a atividade física moderada melhora a oxigenação em idosos, enquanto a dieta mediterrânea é recomendada.
Por outro lado, é importante evitar medicamentos que afetam a motilidade, como analgésicos opióides, anticonvulsivantes e inibidores da recaptação de serotonina. Por fim, podem ser prescritos suplementos, como betaína cloridrato, pancreatina ou enzimas vegetais antes das refeições, prebióticos, probióticos, magnésio e potássio na forma de citrato, e ômega-3.
Matéria elaborada pelo colunista Henrique Bispo, com base na palestra da médica Denise de Carvalho.