Múltiplos transportadores de carboidratos no intestino e na performance

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Múltiplos transportadores de carboidratos no intestino e na performance. Este assunto que refere-se ao trato gastrointestinal (TGI) , que tem função fundamental no que tange a performance esportiva, pois sem um sistema gastrointestinal(GI) que funcione bem, a entrega de nutrientes será prejudicada e uma variedade de sintomas GI podem se desenvolver.

Um dado interessante é que 30-50% de todos os atletas experimentam esses problemas gastrointestinais de forma regular. As causas desses problemas podem ocorrer por conta de desidratação e condições climáticas quentes ou devido à ingestão excessiva de fibras, gorduras, proteínas e soluções altamente concentradas de carboidratos. Essas variáveis, além de ocasionar diversos problemas no intestino, podem prejudicar a performance.

Com isso, visando uma melhora intestinal e no desempenho durante o exercício, foi pautada uma intervenção nutricional, a intervenção é baseada no uso de diferentes carboidratos durante uma prova.

Os múltiplos transportadores de carboidrato

Um bom transporte de carboidratos feito por múltiplos transportadores de carboidratos, é vital para o fornecimento de energia durante o exercício. Algumas evidências mostraram que a entrega de carboidratos é limitada pela capacidade de transporte do SGLT1 (Asken Jeukendrup 2011, Asken Jeukendrup 2014 e Asken Jeukendrup 2013). O SGLT1 é a proteína responsável pelo transporte da glicose do lúmen intestinal para os enterócitos. Essa é vital para a absorção de glicose no intestino.

Com taxas de ingestão acima de 60-70 g de carboidratos por hora (glicose, sacarose, maltose, maltodextrina, amido), a oxidação exógena de carboidratos atinge o pico em torno de 60 g/h, mesmo com a ingestão de 100 g/h não houve aumento das taxas de oxidação de carboidratos. Porém, quando a frutose foi combinada com grandes quantidades de glicose, as taxas de oxidação de carboidratos ultrapassaram os 60 g/h.

A frutose é adicionada por conta da sua absorção intestinal diferir da glicose, a mesma utiliza um transportador denominado GLUT- 5. Sendo assim, o uso da frutose com a glicose tem objetivo de evitar a saturação do SGLT1, possibilitando uma melhor absorção de carboidratos e atenuando os problemas gastrointestinais.

Prática clínica 

As diretrizes atuais recomendam uma ingestão de carboidratos de 60g/h para modalidades que durem até 2 horas. Caso a modalidade ultrapasse às 2 horas, essa ingestão pode chegar a 90 g/h .

No contexto em que essa ingestão chega nos 90 gramas, é prudente haver a mistura das diferentes fontes de carboidratos, como por exemplo: frutose e glicose ou maltodextrina e frutose. Essa combinação possibilita  uma otimização da absorção de carboidratos e atenuaria os distúrbios gastrointestinais, melhorando o desempenho dos atletas. 

Sugestão de leitura: Peculiaridades dos carboidratos no endurance

Artigo: JEUKENDRUP, Asker E.. Training the Gut for Athletes. Sports Medicine, [S.L.], v. 47, n. 1, p. 101-110, mar. 2017. Http://dx.doi.org/10.1007/s40279-017-0690-6.

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