Exercício físico na prevenção e gestão do câncer

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Se você quer saber se o exercício físico tem relação com a prevenção e gestão do câncer, saiba antes que o câncer é um problema mundial e impõe uma grande preocupação ao redor do mundo. Em 2018, o número esperado de novos casos globalmente foi de 18,1 milhões. Para a maioria dos pacientes com câncer, a doença e os tratamentos relacionados tem um efeito adverso grave sobre a saúde física, mental e social com os sintomas mais comuns sendo fadiga, dor, náuseas, capacidade funcional reduzida, depressão, ansiedade, e desconexão social.

Além disso, pacientes com câncer também são mais vulneráveis ​​a outras comorbidades crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e sarcopenia. Portanto, estratégias que possam reduzir o risco de câncer e mitigar uma ampla gama de sequelas de saúde relacionadas à doença e seus tratamentos são de importância clínica. 

O que é câncer?

O câncer é caracterizado pela proliferação desordenada e rápida de células humanas que conseguiram escapar dos mecanismos centrais de controle endógeno, podendo ser denominadas organismos patogênicos, pois desequilibram o correto funcionamento do corpo. As células cancerosas têm uma necessidade enorme de fontes energéticas, por isso o câncer é uma doença altamente catabólica. Quando não controlado, o câncer continua se expandindo, podendo se espalhar por outras áreas do corpo.

Exercício físico na prevenção e gestão do câncer

O exercício físico regular está associado a uma redução do risco de muitos tipos de cânceres e reincidência dos mesmos, bem como melhora dos sintomas relacionados ao tratamento. No entanto, a inatividade física ou um nível insuficiente de atividade física, independentemente do diagnóstico de câncer, continua sendo uma grande preocupação. 

Está bem estabelecido que a prática esportiva reduz o risco de mortalidade por todas as causas e melhora a expectativa de vida em várias populações. No contexto do câncer, os indivíduos repetidamente expostos a esportes também diminuíram o risco de câncer e morte relacionada ao câncer, embora exista disparidade em seus níveis de treinamento e condição física. 

Um estudo observacional inicial sugeriu que a participação regular em esportes levou a uma menor taxa de incidência de câncer em homens de meia-idade e mais velhos. De maneira semelhante, mulheres adultas ativas em esportes ao longo da vida têm uma incidência reduzida de câncer de mama (> 50% de redução) em comparação com mulheres não ativas da mesma idade. 

E em atletas?

Em atletas amadores com maior volume e intensidade de treinamento, um menor risco de câncer também foi observado. Uma pesquisa inicial em grande escala em 5.398 ex-atletas universitárias e não-atletas indicaram que a participação de longo prazo em atividades esportivas organizadas estava associada a um risco reduzido não apenas de câncer de mama, mas também cânceres ginecológicos; enquanto um acompanhamento de 15 anos desses indivíduos também indicou que experiência anterior em esportes universitários conferiu uma proteção maior contra o câncer de mama.

Recentemente, um estudo retrospectivo em atletas franceses demonstrou que a expectativa de vida mais longa em atletas de elite de vários esportes foi principalmente atribuída ao menor risco de câncer.

Prática clínica

As inúmeras adaptações positivas no desempenho físico, capacidade funcional, aptidão cardiovascular e composição corporal, além dos efeitos psicológicos benéficos observados em pacientes com câncer, só justificam a importância da prática esportiva no curto e longo prazo, e por isso, sempre que possível, deve ser sugerida e enfatizada pelo profissional.

Referências bibliográficas:

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Hausman DM. What Is Cancer?. Perspect Biol Med. 2019;62(4):778-784. doi:10.1353/pbm.2019.0046

Luo H, Galvão DA, Newton RU, Fairman CM, Taaffe DR. Sport Medicine in the Prevention and Management of Cancer. Integr Cancer Ther. 2019;18:1534735419894063. doi:10.1177/1534735419894063

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