A obesidade é um problema de saúde prevalente no mundo moderno, ou seja, esta atingiu proporções epidêmicas nas últimas cinco décadas. A obesidade é uma doença multifatorial que tem uma variedade de causas. Esta é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo em excesso, sendo normalmente definida com base no índice de massa corporal (IMC), ou seja, quando este apresenta valores maiores que 30 kg/m².
Essa doença pode ser subdividida em obesidade central (visceral) e obesidade subcutânea. Quando centralizada, representa um risco maior à saúde, pois relaciona-se a um maior risco de doenças metabólicas e cardiovasculares. Dentre as opções de tratamento atuais, uma delas relaciona-se às mudanças na dieta com o objetivo de estabelecer um balanço energético negativo.
Diante disso, a inflamação crônica é uma característica comum presente na obesidade. Isto é, a obesidade é comumente causada pelo consumo excessivo de calorias e falta de atividade física, assim, para tolerar a super nutrição o tecido adiposo se expande, como efeito são observadas alterações nos padrões de secreção de adipocinas, moléculas bioativas liberadas pelo tecido adiposo, desempenham um papel crucial na regulação do metabolismo sistêmico e da inflamação.
Consequência desse perfil inflamatório é a formação de espécies reativas de oxigênio (EROs), e quando este excede as defesas antioxidantes, ocorre o estresse oxidativo, o qual pode resultar em uma variedade de situações fisiopatológicas. Com isso, estudos mostram um possível papel da catequina no quadro de obesidade.
Catequinas: Efeitos Antioxidantes
A literatura indica que as catequinas possuem um impacto nos reguladores metabólicos neuroendócrinos do apetite e, assim, diminuem a ingestão de alimentos. Além de que também estão associados à redução do processo de emulsão e absorção de lipídios e proteínas no trato gástrico e, portanto, diminuem o consumo de calorias.
Além dos efeitos listados anteriormente, as catequinas mostraram um possível efeito na microbiota gastrointestinal, ou seja, estão associadas a produção de ácidos graxos curtos, os quais aumentam o metabolismo lipídico, além de que restringem a diferenciação e proliferação de pré-adipócitos.
Em humanos, cientistas estudam o chá verde e seu extrato – por possuir abundantemente três tipos de catequinas – os chás ricos em catequinas e outras fontes de catequinas para: aumentar o gasto de energia, aumentar a oxidação de ácidos graxos e termogênese e reduzir a absorção de gordura. Por exemplo, em estudo randomizado duplo-cego os efeitos de altas doses de extrato de chá verde indicaram perda significativa de peso, bem como diminuição no IMC e circunferência da cintura no grupo de tratamento após 12 semanas.
Outrossim, os polifenóis vegetais, incluindo as catequinas encontradas no chá, possuem propriedades antioxidantes que podem reduzir as populações de estresse oxidativo reativo e reduzir a inflamação em pessoas afetadas pela obesidade.
Prática Clínica
Até o momento existe pouca pesquisa clínica em humanos para demonstrar os benefícios terapêuticos das catequinas na prevenção e controle da obesidade, assim como não se entende os mecanismos de ação pelos quais as catequinas podem ajudar na perda ou controle de peso.
Diante disso, não existe na literatura indicações para a suplementação de catequinas! No entanto, alimentos ricos em antioxidantes podem ser adquiridos pela dieta como nas frutas, legumes, verduras, sementes e grãos.
Referências Bibliográficas
Sugestão de leitura: Qual papel do ômega 3 na obesidade e síndrome metabólica?
Assista o vídeo na Science Play com Bruno César: Alterações Hormonais na ObesidadeArtigo catequinas e obesidade: Basu T, Selman A, Reddy AP, Reddy PH. Current Status of Obesity: Protective Role of Catechins. Antioxidants. 2023; 12(2):474. https://doi.org/10.3390/antiox12020474.