As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte globalmente, responsável por mais de um terço das mortes prematuras. Políticas para melhorar os padrões alimentares e fornecer dietas saudáveis acessíveis são necessárias. Bem como ações para eliminar produtos produzidos industrialmente, como os ácidos graxos trans, do suprimento global de alimentos. Uma vez que, a ingestão de gordura trans está associada a um risco aumentado de ataques cardíacos e morte por doenças cardiovasculares. Agora, saiba mais sobre estes dados do excesso de gordura trans na população mundial.
Política de eliminação de gorduras trans
A Organização Mundial da Saúde (OMS) designou a eliminação das gorduras trans como uma de suas metas prioritárias em 2018, visando a eliminação de gorduras trans produzidas industrialmente até 2023. Desde então, a OMS oferece recursos adicionais para apoiar as ações nos países. Um mapa de rastreamento de políticas foi estabelecido para monitorar o progresso global rumo ao objetivo em 2023.
Os países estão respondendo a este apelo à ação, criando um impulso global em torno da eliminação das gorduras trans. Limites obrigatórios ou proibições estão atualmente em vigor para 3,4 bilhões de pessoas em 60 países. Destes países, 43 têm políticas de melhores práticas em vigor, abrangendo 2,8 bilhões de pessoas em todo o mundo, ou aproximadamente 36% da população mundial.
Em 2022, três países – Índia, Omã e Uruguai – implementaram políticas de melhores práticas. Isto é um número menor do que no ano anterior (outubro 2020 – setembro de 2021), quando 27 países implementaram. No entanto, as políticas recentemente implementadas nestes três países dobraram o tamanho da população que é protegida para 2,8 bilhões de pessoas (em comparação com 1,4 bilhão no ano anterior). Mais de 99% do aumento é contribuído apenas pela população da Índia. O objetivo é que no ano de 2023 100% da população seja coberta pelas políticas das gorduras trans.
Recomendação da OMS sobre o excesso de gordura trans
Para o ano de 2023, a OMS recomenda que os países implementem políticas de melhores práticas para definir limites de gorduras trans ou proibir óleos parcialmente hidrogenados. Assim também como investir em mecanismos de monitoramento e vigilância, como laboratórios com capacidade de medir o teor de ácidos graxos trans em alimentos. Será fundamental, iniciar a discussão sobre óleos e gorduras substitutos e técnicas alternativas específicas para desenvolver um roteiro de substituição.
A OMS fortalecerá seu apoio aos países trabalhando para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente fornecendo suporte de capacitação regulatória para acelerar as melhores práticas, desenvolvimento de políticas, implementação e aplicação. Isso inclui fortalecer as capacidades laboratoriais para avaliar o conteúdo em alimentos. Bem como, apoiar os países a identificar e implementar substituição de gorduras trans viável e que maximize a saúde.
É esperado que a indústria de alimentos e bebidas cumpra com os compromissos assumidos para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente. A meta de cobrir 100% da população global com políticas de eliminação de gorduras trans ainda está distante, no entanto, é fundamental para reduzir o risco aumentado de doenças cardiovasculares.
Referências bibliográficas
Sugestão de estudo: 4 estratégias dietéticas para redução do risco cardiovascular
Assista o vídeo na Science Play com Pedro Bastos: Biomarcadores de risco cardiovascular além do colesterol Gorduras trans – Countdown to 2023: WHO report on global trans-fat elimination 2022