Adaptógenos e nootrópicos: quais as diferenças que você precisa saber?

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Os adaptógenos ajudam o corpo a resistir a estressores de todos os tipos, sejam físicos, químicos ou biológicos. Por serem ricos em fitoquímicos, contribuem para a inibição de vias metabólicas relacionadas ao estresse oxidativo. Com isso, há melhor resposta do sistema imune inato, maiores efeitos ansiolíticos, antidepressivos e melhoria da função cognitiva. Exemplos de adaptógenos: ashwagandha (Withania somnifera), ginseng siberiano (Eleutherococcus senticosus), ginseng asiático (Panax ginseng), erva tulsi (Manjericão sagrado), raiz dourada (Rhodiola rosea), raiz de maca (Lepidium meyenii). Entenda agora mais sobre adaptógenos e nootrópicos.

Os nootrópicos são substâncias com capacidade de melhorar a performance cerebral, gerando benefícios para cognição, humor, memória, concentração, aprendizagem, além de diminuir ansiedade, depressão e distúrbios do sono, especialmente em situações em que estas funções são prejudicadas. Dessa forma, são muito utilizados como tratamento de apoio na doença de Alzheimer, déficit de atenção com hiperatividade, demência senil e outros. 

Alguns exemplos de nootrópicos são: ômega-3 (DHA), fosfatidilserina, colina (citicolina ou alpha-GPC), L-carnitina, creatina, cogumelos (lions mane, reishi, cordyceps, chaga, maitake), fitoterápicos (como ginkgo biloba, mucuna pruriens, ginseng, curcumina) e até minerais como magnésio e aminoácidos (como o triptofano ou L-teanina).

Ou seja, todo adaptógeno é um nootrópico, mas nem todo nootrópico é um adaptógeno. 

Critérios para classificar um nootrópico:

  • Não ter efeito na pressão arterial;
  • Passar pela barreira hematoencefálica;
  • Ter mínimos efeitos colaterais;
  • Aumentar o metabolismo cerebral;
  • Ter comprovação científica na melhora da função cerebral;
  • Aumentar o aprendizado e memória;
  • Ter proteção cerebral em relação a danos físicos ou químicos;
  • Ter baixa toxicidade.

São mais fáceis de serem obtidas sob a forma natural em suplementos alimentares ou extratos de plantas. A maioria dos nootrópicos não tem um efeito imediato após uma dose única, e por isso a utilização a longo prazo é necessária para alcançar os resultados desejados.

Mecanismo de ação 

Os nootrópicos não atuam diretamente através da libertação de neurotransmissores ou como ligantes de receptores, mas melhoram o fornecimento de glicose e oxigénio ao cérebro, têm efeitos anti-hipóxicos, e protegem o tecido cerebral da neurotoxicidade. Também afetam positivamente a síntese de proteínas neuronais e ácido nucleico e estimulam o metabolismo de fosfolipídios nas membranas neuronais. Além disso, observou que alguns nootrópicos contribuem para a eliminação de radicais livres, possuem um efeito antiagregante e ajudam na plasticidade eritrocitária. Por isso, melhoram o fluxo sanguíneo para o cérebro. 

No caso dos nootrópicos, o foco maior de atuação está em transmissores ligados à concentração, cognição e memória, como a acetilcolina, a dopamina e a noradrenalina. 

Contraindicações dos adaptógenos e nootrópicos

  • As pessoas com doenças cardiovasculares devem se atentar ao consumo de nootrópicos estimulantes, como o guaraná, por causa do teor relativamente elevado de cafeína;
  • A rhodiola não é recomendada para pacientes com transtorno de bipolaridade;
  • O ginseng e eleuthero estão contra-indicados em doentes com hipertensão; 
  • O ginkgo provoca diluição do sangue, pelo que as pessoas que tomam certos anticoagulantes não devem tomá-lo, por exemplo, antes da cirurgia;
  • Além disso, a ashwagandha pode atuar como um sedativo em grandes doses, por isso não deve ser consumida por pessoas que usam antidepressivos e ansiolíticos. 
  • Em qualquer caso, para ser seguro, nenhuma destas substâncias deve ser utilizada durante a gravidez ou amamentação.

Portanto, sempre deve considerar o seu estado de saúde e disposição antes de começar a utilizar um nootrópico; contudo, se a dose recomendada for seguida, não devem ocorrer complicações graves. 

Referências bibliográficas 

Sugestão de estudo: Entenda tudo sobre Adaptógenos – Science Play

Assista o vídeo na Science Play com Rodrigo Duprat: Nootrópicos e adaptógenos: estratégias para otimização da mente

Artigo: Malík M, Tlustoš P. Nootropics as Cognitive Enhancers: Types, Dosage and Side Effects of Smart Drugs. Nutrients. 2022;14(16):3367. Published 2022 Aug 17. doi:10.3390/nu14163367

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