Disbiose Fúngica: O que você precisa saber?

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A influência do microbioma intestinal na saúde e na doença em todo o corpo está sendo cada vez mais reconhecida. Por isso, reconhecer a constituição da microbiota do homem é de suma importância para sucesso clínico. Formada em sua maior parte por bactérias, o microbioma intestinal também inclui populações menos estudadas de fungos, arqueobactérias e vírus. Nestes casos, quantidades não devem ser utilizadas para mensurar sua potencialidade na saúde. A disbiose fúngica no intestino é causada principalmente por uso indiscriminado de antibióticos e antifúngicos associado a um sistema imunológico debilitado.

Quanto à estrutura, os fungos variam de unicelulares até estruturas mais complexas como os cogumelos. Sendo que sua constituição se dá por manoproteínas, betaglucana (presente na parede celular), camada de quitina e de fosfolipídeos. Os dois principais filos de fungos são basidiomycota (30% dos filos) e ascomycota (70% dos filos). Alguns são benéficos como saccharomyces, leveduras e penicillium enquanto os protobiontes quando em excesso podem acarretar disfunções na dinâmica da microbiota (candida, aspergillus spp).

Candida Albicans

Embora esteja presente no intestino de todo indivíduo, esse fungo precisa estar em quantidades normais, uma vez que, o desequilíbrio pode prejudicar a barreira intestinal em razão da secreção de enzimas, competição por espaço com bactérias benéficas a saúde e sua habilidade de “driblar o sistema imune”. Sendo assim, é importante considerar que a cândida atua na captação de açúcares e, posteriormente, na entrega dessas moléculas para bactérias. Tal quadro induz ativação de mastócitos que se correlacionam com Síndrome do Intestino Irritável (SII), desconforto e irritabilidade frente a alimentos.

Além disso, a síndrome fúngica (SF) pode ser agravada quando o indivíduo possui dieta rica em açúcares e carboidratos refinados (esse, por sua vez, pode induzir aumento de candidíase na mulher), uso de antibiótico e corticoides ou pós Covid-19.

Sintomatologia

Geralmente o paciente com síndrome fúngica apresenta fadiga, quadros constantes de hipoglicemia, distensão abdominal e gases; insônia, ansiedade e mudança de humor; memória fraca e saburra branca na língua. 

Prática Clínica

É interessante a prescrição de prebióticos com foco em Lactobacillus GG, visto que estudos demonstram sua capacidade de reduzir o ácido láctico. Entretanto, para casos de SF acompanhado de candidíase de repetição, vale a associação da cepa Lactobacillus Crispatus.

Além disso, no tratamento de SF deve-se traçar alvos terapêuticos como sistema imunológico e barreira intestinal através da regulação do ciclo circadiano, prática de atividade física, suplementação de vitamina D, zinco, fibras, glutamina e colágeno quando necessário; agentes antimicrobianos como alho, tomilho, orégano, folhas de oliveira, calêndula, nogueira preta e adequação da dieta através da redução do consumo de carboidratos simples, aumento da ingestão de fibras alimentares, gorduras boas e polifenóis bem como a exclusão de doces, fermentados, frutas secas, batatas, levedura nutricional, cogumelos, queijos envelhecidos, amendoim e bebida alcoólica por dois meses, após essa fase ocorre a reintrodução dos alimentos desejados com avaliação de sinais e sintomas.

Referências Bibliográficas

Sugestão de Leitura: Fibras do Tipo Beta-glucanas e seus Efeitos Fisiológicos

Assista ao a nutricionista Karina Al Assal na plataforma Science Play – Microbiota dos Fungos

Artigo Disbiose Fúngica: Underhill DM, Braun J. Fungal microbiome in inflammatory bowel disease: a critical assessment. J Clin Invest. 2022 Mar 1;132(5):e155786. doi: 10.1172/JCI155786. PMID: 35229726; PMCID: PMC8884899.

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